Dê-me uma câmara e registrarei a história do mundo!

Não precisa ser filósofo para acreditar nesta verdade.  Basta apurar o olhar para a beleza da natureza, a ação do ser humano e a realidade do cotidiano que ali se desdobra…

É apenas por este instante de fantasia que o fotógrafo Cyro José suspira e aguarda para mirar sua câmara e registrar as marcas da passagem do ser humano pelos caminhos de Minas, mesmo que estes caminhos sejam fluidos, sobre as águas que brotam de seu chão.

Sei não, Cyro, mas sob suas lentes a luz ofusca o feio, dá leveza ao bruto e rutila a transparência.

Cyro José é um poeta e sua poesia visual nos descortina uma realidade mágica, simples e viva por si mesma, como o fogo que consome a madeira, mas esquenta a vida em torno do fogão a lenha; o vento que varre o prado, mas leva consigo a semente que germina na terra sob a carícia da água, alimento, fonte e ciclo de vida.

Água, renovação de nossas esperanças.

Martha Toffolo